Girei os calcanhares com gosto
amargo na boca travando meu raciocínio para reconhecer o espaço de tempo que
ocupo desde há muito e que hoje não distingo como sendo de minha escolha ou, se
foi, sumiu sua capacidade benfazeja e, aparentemente, submergiu todo o sentido,
empalideceu seu entorno, desmereceu a cor do dia enevoando a lembrança e obstruindo
o caminho em curso.
Quase ao mesmo tempo deste
momento incomum surgiram tantas possibilidades de escolha e descarte
estonteando o momento e deixando meu coração apertado frente a batalha em ir ao
cabo do mundo, tomar novos ares, dar apenas um giro ou andar de terra em terra até
me assentar.
Na grande mesa de vidro da
vida as alternativas se alinhavam multifacetadas e com tanta rapidez que
pareceu impossível estancar o passo e analisar a melhor escolha me deixando sem
ação na apresentação caótica me dando a impressão que nenhuma daquelas rotas me
faria caminhar.
Resolvi seguir em frente com a
mente vazia de sentido, tomar novos ares, confiando que deveria palmilhar rotas
iluminadas, desconhecidas, silenciosas e que reverenciassem o espirito. Assim
fiz.