domingo, 16 de setembro de 2012

Anjo violento


 
Cabeça baixa, andando para trás e para o lado, não andava lá muito consciente e atrapalhada não estava dando conta do recado.  Levantar o olhar pesaria demais, então, resolvi que esgravatar no chão era minha única saída, e continuei naquela lida infame, dando murros no invisível e minha compreensão descendo ladeira abaixo.
Parecia que não havia saída e nenhuma porta estava aberta naquele momento, com a vida desancando seu mau humor, obstruindo pensamentos, travando os calcanhares.

Como tudo sempre tem um jeito, o destino se revoltou e interveio com sua sabedoria me assoprando no ouvido. Surpresa, pedi ajuda a um anjo violento que passava perto.
Com um simples golpe de misericórdia tratou de me abrir os olhos na porreta destinando sua verve diretamente ao ponto e à solução.

Estropiada, em segundos, passei de caranguejo a peixe-espada nadando contra a corrente para vencer a corrida do acaso.

Quem sabe, sabe.

Uma rua

  Estanquei o passo ao me defrontar com aquela esquina, uma vez que ela tinha matizes diversos e contrastava com o que havia na minha memóri...