domingo, 9 de fevereiro de 2020

Herói fajuto



Naquele momento tudo estava normalizado no trato da vida, das coisas, do entorno e mais um pouco, porém havia algo no ar, um peso que se esgueirava por entre todos somente perceptível a muito poucos. Sabe como é a superficialidade é sempre um porto seguro para a turba delirante porque aprofundar dá muito trabalho. Sabe-se que a manada segue tão junta, seguindo pela mesma trilha sem questionar, sem olhar enviesado, sem parar um poucadinho para escutar o que não está sendo dito e deste jeito engraçado – para dizer o mínimo – tudo vai indo de maneira monitorada às avessas tendo os cegos de plantão a prioridade da fala.

A apresentação vem enfeitada com a flor da retórica impressionando pelo conhecimento apesar de alguns poucos desconfiarem de um copia e cola tão corriqueiro nestes tempos bicudos de autoria, onde fica mais fácil se apropriar do pensamento do outro do que tecer um pensamento lógico que tenha como objetivo deitar entre muitos suas convicções, sem ofender, sem tergiversar, sem acusar. A escrita é mágica e a palavra é um meio imbatível de se acomodar o entendimento num universo de ambiguidades.

Na bossa do mentor de araque vão se acumulando controvérsias e ações ambíguas ficando difícil para espíritos mais perceptivos terem exata dimensão do assunto em questão. A par de tudo o desconforto prossegue no ar rarefeito do espaço. Os especialistas falsos tem em si uma figura bem apresentada, passo curto, sorriso leve na boca, olhos pequenos e verborragia latente. Se oculta com maestria das responsabilidades comuns ao grupo. Como o UNIVERSO não dorme no ponto, em algum momento sua retaguarda rota é exposta. Mais um Herói Fajuto.

Uma rua

  Estanquei o passo ao me defrontar com aquela esquina, uma vez que ela tinha matizes diversos e contrastava com o que havia na minha memóri...