sábado, 4 de janeiro de 2020

Os invisíveis



O protagonista acha que a vida cansada pede trégua e vai ao encontro de Deus junto ao mar revolto imaginando agradecimentos e preces deste tempo contraditório em sua essência, onde se escuta de longe as vozes emboladas no discurso e as gentes no corre corre para lugar nenhum.

Em meio a tudo foi esquecida a lupa do discernimento em alguma prateleira que tanta falta faz para uns, mas para outros, não tanto. No redemoinho da oração do apressado aparece todo tipo de ensejo deixando alguns mais óbvios para mais tarde e desta maneira controversa caem no esquecimento, demonstrando que nem sempre a santa intenção opera a pleno.

De cara não se vê descrição adequada para pedir perdão por haver se encontrado com o egoísmo frente a frente e lhe dado balda e assim, esta pequena parte foi relegada e seguiu-se em frente o plano para dar uma limpada básica na alma que, de tanto se distrair com o irrelevante surge bem trancada para alguns.

Também não houve jeito de sorrir para quem estava acostumado a fechar a cara, ouvidos moucos se fizeram para o amigo que sussurrava um pedido de socorro, cegaram os olhos frente aos préstimos voluntários, braços se fecharam ao aconchego, caminhos foram desviados para não ajudar quem necessitava, sorrisos não foram abertos, a luz não se fez na escuridão da doença e os favores recebidos não obtiveram gratidão e deste jeito apressado a pauta para Deus ficou capenga. Deste jeito dá uma pinta que fica mais fácil descartar o que vem de trás para frente do que mudar ou pedir desculpas ao próximo e até para si mesmo ficando invisível o mais importante.

Uma rua

  Estanquei o passo ao me defrontar com aquela esquina, uma vez que ela tinha matizes diversos e contrastava com o que havia na minha memóri...