A mesa, grande, naquele ambiente austero e clássico estava
bem disposta com poucos lugares e aguardava silenciosa seus convidados. Depois
de um ano em que poucos rostos puderam se enfrentar, e o olho no olho não
funcionou como a melhor e mais cordial arma, é chegado o momento de pousar em
todos, não só olhares, mas sorrisos abertos e gestos serenos.
Eles foram chegando um a um, com roupas informais, passos
lentos e animada conjunção facial, muito a vontade para o encontro. Em tempo
nenhum se percebia alguma pressa, olhar arrevesado ou preocupação das horas.
Nem todos se conheciam mas conversavam como se amigos fossem e a animação dos
assuntos versou sobre tudo.
A apresentação nem foi necessária, pois a indagação do olhar
e curiosidade não tinha pressa naquele grupo formado por pessoas de várias
idades, profissões e credos e que em dias normais tem como norte a pressa e a
contagem dos minutos auferida severamente. O evento moldou a simpatia e a
elegância de se comunicar com confiança e desejo de estar ali, simplesmente.
Em algum momento, me apartei, observando aquela cerimônia
singular em que a alegria e o bom humor geraram altas e sonoras gargalhadas por
um fio de uma prosa mais descontraída.
Nada parecido com aqueles olhares furtivos, dados solapados,
riso cínico e arrogância contundente. Percebi com tristeza que a ferida ainda
está aberta.
A
ocasião do encontro valeu como mais um sopro para estancar a sangria.
Escrever para viver e viver para escrever. A inspiração é o meu objeto de desejo a cada amanhecer e assim minha alma fica fortalecida no encontro do silêncio e da natureza marítima. Leiam com bons olhos! Mail para contato: verarenner43@gmail.com Vera Lucia Renner
sábado, 25 de dezembro de 2010
Aquela mesa
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Um comentário:
Oi Vera...
Uma observação sobre o marcador desta crônica [não me tome por atrevida!!]:
"O tempo cura as feridas, cicatrizes ficam...."
Beijos.. Boa praia!!!
Lélia
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