Quatro paredes nunca contam com o teto e na
verdade, o teto é que são elas. O que acontece nos reflexos dos cimentos ao
quadrado é o de cima que os vê e é sempre emparedado que enxergamos o que
talvez a olho nu e na claridade não conseguiríamos entrever.
É nesta prisão que nos defrontamos com o desconhecido de nós
mesmos, pois por ali, não temos para onde correr e de tais partes se formam o
viver, este presente sem fuga.
A parede real nos grita as obrigações, os compromissos e os
deveres a cumprir como uma ameaça, se não dermos cabo das ditas. Faca no
pescoço. Cumpra.
A parede em frente tem a cor da esperança que avisa que o
tic-tac do relógio está correndo e alertando que não dispomos de muito mais
tempo para sermos felizes ou infelizes, porque na verdade isto é do gosto de
cada um. Uns e outros passam a vida no sofrimento por não saberem trilhar o
caminho da alegria e da felicidade e escolhem para si o pedregulho, e nunca
dele conseguem se safar.
A outra parede em tons de ilusão mostra as impossibilidades
da vida de uma forma muito sutil, pois é nesta seara que muitos não alcançam
autonomia imaginando simplesmente o que desejam, pressupondo que a solução
venha como se uma mágica fosse.
A quarta parede vem nos falar da essência da existência,
assoprando desesperançada que a nós é dado o livre arbítrio. Ir e vir faz parte
da assombração que idealiza um sentido constante de crescimento e de
valorização do que vem por aí. Viver.
E entre estas quatro paredes vemos o “teto” que tudo observa
como se Deus fosse. Para mim, o teto
representa o amor. Indiscutível.
Escrever para viver e viver para escrever. A inspiração é o meu objeto de desejo a cada amanhecer e assim minha alma fica fortalecida no encontro do silêncio e da natureza marítima. Leiam com bons olhos! Mail para contato: verarenner43@gmail.com Vera Lucia Renner
sábado, 22 de maio de 2010
Quatro paredes
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Um comentário:
Fantástico "Quatro paredes", deu para entender o choro em cascata!!!!
Parabéns, está cada vez melhor.....
Bom domingo, Carmen.
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