A corrida nos espaços por aqui tem sido, em sua maior parte, dos insetos que voejam para lá e para cá ensandecidos com o sol bem humorado que anda se espraiando cada vez mais cedo e derramando sua quentura para todo canto acordando homens e bichos, terra e seus filhos e o mais que depender dele, percorrendo toda a trilha que brota do chão como se não houvesse amanhã.
Não existe prisão para a
natureza que se transforma a cada minuto se divertindo com sua transformação
relatando visualmente seu progresso, comunicando aos seus pares a caminhada até
chegar na florada, se enredando com seus amigos rastejantes mais chegados e
também alguns desconhecidos, se somando à rede que cobre os caminhos em alegre
conluio festejando a vida que acontece ao ar livre.
Em contraponto ao milagre da
vida se transformando, a natureza invisível eivada de brisa de todos os matizes,
sem que se possa perceber, corre solta pelo ar selecionando conversa entre um e
outro, embaralhando o movimento que se
joga para todos os lados sem um alvo definido, ousando enviar para um mesmo
ponto quem participa cegamente, reunindo atrativamente para uma prisão até
então desconhecida todos os que andam por ai assobiando, com a mão no bolso,
olhar perdido, garganta seca e calada, passos em falso, braços inertes, pernas
mambembe e cabeça abaixada.
O ponto de convergência desta
corrida cega por debaixo dos panos se encontra em um canto estratégico
movimentando-se como um grande imã do tempo que corre para lugar nenhum.
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