Topei com esta meia ponte, meia coisa, meio caminho, um resto de tudo bradando por independência do todo que o largou ali, despedaçado, sem rumo aparente e sem utilidade e que agora resta singelo e solitário exibindo nobreza por se encontrar sendo único, talvez por ser um pedaço.
A passagem avariada aponta
para o nada, mas parece tudo porque ao alcance dos pés está o misterioso oceano
balançando em vagas imensas, espalhando o brilho da sua espuma no ar chamando
para uma aventura misteriosa em suas profundezas, se jogando sem medo em braçadas
na gelada superfície havendo também a possibilidade de se entregar ao casco de
um bote e remar no ritmo das vagas imensas sem destino e sem bussola.
A aventura não para por aí ao
se espelhar límpidas águas no entorno da costa com uma fauna de superfície
exibindo sua performance, sua figura multicolorida, sua agilidade silenciosa
demonstrando uma população exuberante que faz um convite expresso para os
encorajados imergirem sem temor em suas águas densas descobrindo o mágico mundo
das entranhas do oceano.
A meia ponte continua ali,
inerte, envelhecendo a estrutura sem se partir em mais um pedaço, usufruindo
calmamente do destino espetacular que foi criado ao se deixar dilacerar e ali estar
aparentemente sem propósito. Aparentemente.
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