A superfície perfeita da vida
anda de vento em popa apresentando todos os dias o sol nascente, o mar com seus
chiliques, o vento brincando com todo mundo, ora arrancando tudo do chão ora
queimando a mufa do incauto caminhante de rua.
É sempre a mesma coisa, tudo dentro do
previsto com o imaginário correndo por fora professando benesses, escondendo o
caos, lembrando que é melhor andar em frente sem olhar para lado nenhum, sem
fazer conta de cabeça e muito menos raciocinar a respeito do próximo passo uma
vez que o tempo urge.
Passo largo e olho arregalado
vai recolhendo o que parece ser demandado de importante, absorvendo a urgência
do assunto posto em frente, mudando de ideia tão rápido como trem bala, se
voltando contra o que sempre acreditou com uma avassaladora facilidade, largando
pelo caminho aquela mochila com tantas preciosidades por força de surgir um
caminho que, mesmo improvável, se traveste de apaixonante.
Paralelo à distração
pré-fabricada se encontra na profundeza cristalina do cotidiano todos os ardis
da desordem elaborados na madrugada silenciosa.
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