O silêncio do longo inverno nos corredores do prédio ecoa em meus ouvidos como se fosse uma música recorrente e monocórdia que simplifica o dia a dia, que ensurdece os tantos ventos airados que circulam intermitentes em uma conversalhada confusa onde seus atores se constituem em todos os elementos da natureza. É no corredor gelado que a voz do mar, das árvores, dos passarinhos e das flores se enredam numa linguagem própria.
Esse tempo, porém, sempre tem data
certa para acabar, pelo menos no calendário, e assim que o sol vem de longe
para nos abafar aqui em frente o corredor se toma de silêncio absoluto,
parecendo se preparar para uma mudança radical no lufa-lufa inóspito do ano
todo. Quieto, aguarda em profunda reverência a Veranista adentrar o espaço
sorrindo, como de costume, bem perto da minha porta
Junto com o sol quente, o mar
calmo, o vento escondido, as árvores com sombra e os passarinhos na grita geral
se estabelece a expectativa de que as escadas terão maior realce, as vozes se
agigantam em tom alegre, a vestimenta leve de verão inunda o espaço cogitando
com entusiasmo que o tempo é de circular por entre todos, distribuindo sorrisos
e abraçando a saudade do lugar.
A Veranista com o riso solto
se apropria do espaço com circunstância e dele vai extraindo o que existe de
melhor na temporada de Verão. A calma e a luz se instalam fazendo a vida ter
mais sentido, mais movimento e jovialidade unindo em estrofes únicas o sentido
de se avizinhar em um ambiente tão abençoado pela natureza.
2 comentários:
Que bonito! Lindo texto! Verão nos traz luz, vida, alegria e a certeza que tudo muda e se renova! Parabéns!!!! Abraço 😘
Parabéns Vera .Adorei !
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