Intriguei-me com aquela frase que salientava
que eu tivesse sucesso com meus pedidos para o novo ano inclusive aqueles que
eu havia esquecido. Larguei imediatamente minhas orações e comecei a vasculhar
o que de fato havia dentro de mim que fora relegado, abortado, enterrado e, se
assim fosse, como eu poderia ter passado por cima de alguns temas sem me dar
conta.
Não demorei muito para descobrir que por
certo, ao colocar no tabuleiro da prece o que desejava ou necessitava, alguns
assuntos se sobressaíram como inadequados ou impossíveis naquele momento e por
isso os releguei. Surpreendi-me um pouco com a perspicácia do autor do aviso,
mas foi pensando nele que segui na pesquisa desta suposta falha, com a certeza
de ficar sabendo o que andava ocorrendo no meu íntimo que ele parecia conhecer
muito mais do que eu.
Achei por bem investigar melhor porque,
aparentemente, o que havia ficado de fora eram desejos tímidos, quase culpados
e, examinando com mais profundidade a distribuição dos temas surgiu a impressão
– por enquanto – de que o possível e o impossível ali estavam retratados de
certo modo com fraqueza de demonstração.
Talvez eu tenha sido cautelosa demais na
minha solicitação por antever a impossibilidade do cumprimento divino do que eu
ansiava e assim me aparece nitidamente, em primeiro plano, a ingratidão que me
foi imposta a quem tanto me dediquei e vejo agora que isto me fez imaginar que
nem o Divino iria consertar. Foi por esta razão que o Universo travestido me
recomendou repensar, rever, reconsiderar. Corri para ajustar a Távola da Reza
colocando timidamente o quesito Perdão a quem me fere, e, um Amém a quem me
avisa.