quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Nossa Senhora de Navegantes


Para ela o céu sempre está azul, livre de qualquer tempestade, de qualquer vento que deixe marinheiro experiente enjoado, que rasgue ou enfune as velas ao contrario, que vagas traiçoeiras se alevantem com desvario, que espumas não se esfumacem como pó nas costas litorâneas abençoadas.  Também não tem vez tubarões, peixes espada, martelo ou o que outros mais tenham em seu gene dispositivo que fira alguém de qualquer modo.

Para os navegantes de todos os mares, a idolatria pela Nossa Senhora dos Navegantes faz parte do cotidiano, tanto nas fantasias das embarcações quanto na fé firmada a cada dia, quando chega a hora de se jogar ao mar para buscar o sustento da família, o pescado almoço de veraneio, o banho de mar mais ousado para quem tem treino e assim vai-se enumerando cada certeza que eleva o pensamento à Santa para buscar proteção.

Apesar de considerarmos que em dias de amparo se prolifera, em todos os santuários do quadrante, a perfeita busca por algum credo que justifique o risco neste ambiente do Litoral Norte, todos os joelhos se inclinam para dar à padroeira do mar sua homenagem, pedir indulto dos pecados, pedir a eterna proteção deste oceano que nos presenteia todo dia com sua exuberância, que compartilha seus segredos, que revigora a fauna e a flora marítima e que, mais não seja, permite uma vida melhor para quem pode ter o olho vivo nele, todos os dias.

Como não podia deixar de ser assim será no dia especifico de homenagem à Santa que tem em sua missão resguardar os corações dos bravos guerreiros do mar assim como seus parentes e amores. Acredito que será um bom dia para deixar as mazelas da cidade para trás, elevar o espírito, o olhar e orar. Por ela, Rainha de todas as Águas.

Nenhum comentário:

Papelaria em dois tempos

  Não sei quem me encontrou primeiro, se aquela papelaria antiga ou eu, que ando gastando a sola do sapato atrás de quinquilharias que lembr...