Acordei com o olho arregalado como uma flecha cravada na maresia glacial, mas, como sempre faço, confirmei que viva estava e coloquei pernas e braços para fora da cama no ar frio e dei uma olhada na vida para ver se ela ainda estava ali, se ela me chamava para alguma coisa ou se eu poderia, talvez, me enrolar bem quentinha e descansar em paz. Nada, na porta, com a xícara de porcelana transbordando em café fumegante, ela sorriu e me disse que estava mais do que na hora de fazer-lhe companhia.
Mal humorada tive que aceitar o santo café que sempre
funciona como um pontapé na traseira me jogando do outro lado da linha e, quase
sempre, no lado em que eu não desejo estar por nada do mundo. Fiquei
perguntando para ela porque esta insistência em me fazer dar socos ao vento, e,
às vezes, não acertando nem o próprio. Não me respondeu e continuou a apontar o
horizonte como objetivo. Dela, evidentemente.
Percebi então que em alguns infernais momentos ela me
persegue e me arrasta sem trocar uma
idéia e sem me encarar uma única vez. Arrogante, me leva na afoiteza me jogando em campo minado, em bandas onde grassa
promessa não cumprida e acordos maculados, mais parecendo uma trincheira de
inimigos sobrepostos sem noção e com rentabilidade zero nos quesitos que eu
mais prezo.Dona de si continua me empurrando para frente e eu imagino que ela saiba para onde está me tocando, mas por mais que eu aprume as ventas e foque o olhar percebo que o destino apontado é lugar nenhum.
A esta altura ela está me arrastando com força pela mão, mas eu, em um rompante de coragem e combate troco o figurino do dia já traçado e me aventuro.
Treino pesado.
Um comentário:
Oi Vera talentosa!!!
Sou tua fã de carterinha, adooooooooooooooooro!!!
Beijos
Pitá
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