Jurei que haveria uma última vez e até marquei no
calendário a data. Já havia me comprometido comigo mesma de que me afastaria da
situação outras vezes, mas sempre tinha aquela pressão do Inferno que me fazia
desistir, deixar para lá, relevar. Eu penso sempre, afinal de contas, que
é interessante dar uma chance ao mundo
uma vez que as coisas podem se acomodar por
si mesmas, e então abonava a luta.
Eu lembro que sempre que acontecia o inominável eu
pensava que devia ter paciência e buscar as soluções que nem estavam sob o meu
poder e muito menos ao meu alcance. Altaneira por ali seguia, porém, acabrunhada comigo mesmo por não conseguir
abraçar minha intuição me traindo por medo.
Fico pensando que medo será esse que me leva a perceber o
pior e, teimosamente não enxergar, me
colocando em acontecimentos de arrasta-corrente sem fim, embarafustada em meio
a conjunturas soberbas sem um arremate decente.
Que talento é esse que eu tenho de travar na hora em que
eu mais preciso fortalecer a discussão, buscando e não encontrando todas as palavras
na ponta da língua, e por este motivo,
corro atrás daquele raciocínio lógico e não encontro uma vírgula sequer
para me salvar.
Todos os sinais que pontuam minha escrita e me acompanham
barulhentamente todos os dias da minha vida
no teclado reverberando minhas noites assombradas, na última hora, se fazem de moucos e não me apontam a
redenção.
Sendo assim, saltei os obstáculos.
3 comentários:
Vera,
o que te escrevo vale para todos os teus escritos, mas especialmente para os dois últimos. Tuas palavras me conectam com o que há de humano, tremendamente humano, em ti e em todos os que amam, sofrem e riem no contínuo tempo de viver.
Beijos.
Maria Rosa
Oi Vera!!!
Muito louco! O que você escreve sempre reflete como estou me sentindo no momento e como me vejo nas mais diversas situações. É exatamente isto, incrível!!!
Beijos!!!!
Pitá
Vera,
Leio sempre com bons olhos e com alegria o que escreves . Sempre .Grande abraço. Marilda
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