Tenho a bússola com o rumo apontado para aquele curso e por mais que eu alongue
o olhar não consigo enxergar o que fazer para chegar tão longe. É o que dá se
atarefar tanto deixando de lado o alimento da vida que é a mudança,
o sonho e a expectativa. Podemos criar algumas, renovar outras, mas jamais
deixar de tê-las. Com o olhar fixo, ainda estou em mar aberto flutuando numa
calmaria dos oceanos das histórias antigas, apenas com a vela, me
faltando motores para me arrancar dali.
Tenho consciência de que eu sou o próprio motor,
mas acho que perdi o jeito de dar a partida. Aquela capacidade de acertar
o prumo, arregalar os olhos, baixar a cabeça e seguir para o norte que a vela
enfunada aponta. Sorrindo, um pouco entesada e divertida.
Em
que maré me perdi de mim, em que ilha larguei a mochila onde eu guardava meus
apontamentos da vida, meus escritos de sofrimento e minhas lembranças que
teimam em queimar meus neurônios bem na hora em que o sono chega para lhes dar
mais saúde.
Em que onda joguei meu charme e qual pescador recolheu meu aceno de bom dia ao se largar mar adentro, e, por pura diversão carregou junto com sua rede minha intenção enleada e agora, em sua volta, chega de mãos vazias porque, alegre e distraído não calculou o quanto elas eram preciosas nesta manhã.levaram para o fundo do mar o meu intento mas as conchas da beira da praia recolheram cada palavra derramada em alta voz nas minhas caminhadas.
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