sábado, 5 de janeiro de 2013

Voando no tempo

Estou sempre com a situação na minha cabeça e, do nada, a figuração me aparece formatada em vários ângulos, e quando eu penso que chegou a hora de viajar no tempo sem levantar suspeitas, ela escorrega limosa numa seqüência de imagens coloridas. Muitas vezes no afã de me agarrar a uma, me escapam todas.

Toda esta empreitada é porque eu acredito que se pensar bastante, se fizer do meu coração um estojo e guardar cuidadosamente as lembranças, o eco será meu prêmio, uma vez que o universo se encarrega de fazer o leva e traz para o destino certo, conspirando para um tráfego em perfeita conexão.
Para esta viagem no tempo inventei a tecelagem de um tapete mágico, onde vou mediando os fios invisíveis da saudade, contando uma história em pequenos pacotes arrematados com os liames do tempo. Ali estão entrelaçados olhares e conversas sem nenhuma intenção aparente, os tantos encontros inesperados, a farsa de se jogar conversa fora e as muitas surpresas no caminho. Assim está formada a base sólida da alcatifa que se mantém à medida que a distância aproxima.

Entre uma trama e outra vou intercalando as letras e as músicas que expressam os anseios que não tiveram oportunidade de se concretizar junto aos sorrisos camuflados. Finalizando a peça ilusionista trancei uma grande franja com todas as palavras que foram escritas enganchadas umas nas outras em perfeita desordem, esperando serem decifradas.
Não se esqueça de mim.

2 comentários:

Anônimo disse...

Vera,
que bom andar no teu tapete mágico. Beijos.
Maria Rosa

Textos de Vera Lucia Renner disse...

Praia..praia...praia, que lugar te ilumina!!!!
Beijos e bom fim d semana, Carmen

Papelaria em dois tempos

  Não sei quem me encontrou primeiro, se aquela papelaria antiga ou eu, que ando gastando a sola do sapato atrás de quinquilharias que lembr...