Estou sempre com a situação na
minha cabeça e, do nada, a figuração me aparece formatada em vários ângulos, e
quando eu penso que chegou a hora de viajar no tempo sem levantar suspeitas,
ela escorrega limosa numa seqüência de imagens coloridas. Muitas vezes no afã
de me agarrar a uma, me escapam todas.
Toda esta empreitada é porque eu
acredito que se pensar bastante, se fizer do meu coração um estojo e guardar
cuidadosamente as lembranças, o eco será meu prêmio, uma vez que o
universo se encarrega de fazer o leva e traz para o destino certo, conspirando
para um tráfego em perfeita conexão.
Para esta viagem no tempo inventei a tecelagem de
um tapete mágico, onde vou mediando os fios invisíveis da
saudade, contando uma história em pequenos pacotes arrematados com os
liames do tempo. Ali estão entrelaçados olhares e conversas sem nenhuma
intenção aparente, os tantos encontros inesperados, a farsa de se jogar
conversa fora e as muitas surpresas no caminho. Assim está formada a base
sólida da alcatifa que se mantém à medida que a distância aproxima.
Entre
uma trama e outra vou intercalando as letras e as músicas que expressam os
anseios que não tiveram oportunidade de se concretizar junto aos sorrisos
camuflados. Finalizando a peça ilusionista trancei uma grande franja com todas
as palavras que foram escritas enganchadas umas nas outras em perfeita
desordem, esperando serem decifradas.
Não se esqueça de mim.
2 comentários:
Vera,
que bom andar no teu tapete mágico. Beijos.
Maria Rosa
Praia..praia...praia, que lugar te ilumina!!!!
Beijos e bom fim d semana, Carmen
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