sábado, 30 de março de 2019

Páscoa



Tenho certeza que a natureza conspira com o sagrado quando está para chegar o tempo da Paixão de Cristo principalmente neste lugar onde se tem um clima que envolve positivamente as almas mesmo para quem aposta corrida contra si mesmo todo dia, deixando o tempo sem tempo. O calendário, porém, é implacável  demonstrando toda a manhã que a celebração mais importante da cristandade está por perto.

Após o lufa-lufa do calor que parece sempre instigar os ânimos para um tom sempre mais alto, todo o entorno arrefece o alarido dando lugar a um ensimesmar-se, um baixar os olhos em sinal de respeito, sorrisos moderados, alegria incertas  e muita oração.

A liturgia que envolve os preparativos para a Páscoa sempre inicia pela reflexão e pela humildade de reconhecer-se como um ser humano que necessita, por força da história, alimentar-se da fé. É uma ocasião importante para apiedar-se dos menos afortunados, de sentir bem no fundo da nossa alma a chama divina da esperança e ter como propósito refletir sobre a melhora da vida humana em todo o seu contexto.

O silêncio é imperativo e a proximidade da natureza vem acrescentar detalhes que talvez passassem despercebidos se o olhar não estiver atento. A reflexão se consagra como um ato de fé e de coragem de seguir em frente, agora mais forte.

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