domingo, 16 de dezembro de 2012

Descoberta


Meu coração, bagunçado sempre foi, por ora anda calmo e parecendo que de tantos sustos, se acovardou. Não bate depressa por nada deste mundo, como se tivesse preguiça de fazer o sangue esquentar um pouco que seja. Só de olhar em volta e ver-se rodeado de artérias a bombear, tonteia e  cai derreado, triste mesmo.

Assim mesmo, lá vai ele carregando meu esqueleto com cuidado, sem fazer muito barulho, dando breque em cada esquina, olhando em torno, enfim, sendo bem cuidadoso. Neste vagar, foi surpreendido nos caminhos da vida pelo parceirão,  chamado Sentimento. Este cara que não precisa de sangue para viver.
A mente não segue o ritmo cardíaco e vez por outra nos trai a confiança. Derruba nosso plano, enterra nossa afirmação, esquenta as veias com voluntarismo se tornando dona de si. Cobre-se de colorido com tendências irrevogáveis, como o azul em todos os seus matizes, se dissimulando em mantos transparentes como se ela tivesse o direito de exercer sobre o sentimento seu poder. Pífio poder, entretanto, uma vez que se rodeia apenas de desejos, de fomes arrebatadoras e sonhos.

Um dia, desavisada e  deixando o coração de lado, me peguei a pensar naquela figura carismática e da montanha de lembranças não quis mais me afastar, uma vez que ouvia de longe as risadas, os olhos fumegantes e o corpo falando a linguagem escamoteada dos apaixonados ocultos. Sentada no cume de uma história sem final, fiquei imaginando quantos inícios se pode ousar em um conto.
Amor platônico.

5 comentários:

Anônimo disse...

Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer
Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher
Que passou por meus sonhos
Sem dizer adeus
E fez dos olhos meus
Um chorar mais sem fim
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim
(autor do post: um amigo)

Anônimo disse...

Vera,

Sim , estou sempre atenta a tudo que escreves .
É o SENTIMENTO é mesmo implacável . É uma descoberta que só pode ser aceita e ponto .
Bjs. Marilda

Anônimo disse...

lindo!!!!
Beijos e boa semana....Carmen

Anônimo disse...

Beatriz Franken 17 de dezembro de 2012 00:30
Adorei suas crônicas inspiradas no dia a dia. A carta à neta, que delícia!!! me fez lembrar o cheirinho de bolo de fubá da minha vó ( paterna), lembrar o quanto era bom tomar café na casa da avó. Aliás, na casa da avó, quando se é criança, sempre entramos com muita fome. Porque soubemos que lá sempre vai ter coisa boa pra se comer. Parabéns!!!

Anônimo disse...

Maria Fernanda D'Almeida Renner 16 de dezembro de 2012 20:45
Muito boa, cunhada.....ótima

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