domingo, 13 de fevereiro de 2011

Castelo de Cartas



Uma a uma as cartas foram sendo jogadas, indecisas algumas, apostadas com vigor outras e tímidas também. Porém, em sua maioria, a sorte pendia para os apostadores agressivos que jogavam suas fichas com sofreguidão e a desordem de quem não respeita as regras, quaisquer que sejam elas.

Foram sendo colocados muitos reis e um nadinha de súditos, parecendo a todos que o coringa estava submerso neste baralho estranho, onde apenas as cartas autoritárias tinham vez.

A jogatina era pesada, com apostas determinantes a qualquer preço, sem pensar, sem olhar o semblante do outro jogador, sem a astúcia das cartas na mesa assim como as do centro e nas mãos dos parceiros.

Me chamou a atenção as rainhas de muito baixo escalão que seguiam orgulhosas sem ao lado olhar, construindo seus castelos a partir da destruição de palácios, atravancando a operação pelo bel prazer do orgulho e da prepotência. Altivas, o valor das cartas careciam de inteligência e a soberba imperava e seguia incólume, encostando sempre no líder da mesa – o Ás de Ouros – que apesar da fama de herói era o mais pobre coitado do carteado.

Todos os reis agrupados mais se degladiavam e se concediam glórias entre si, do que propriamente jogavam suas cartas com habilidade e presteza. Assim era impossível entrever a situação no tabuleiro que também abrigava excelentes jogadas com personalidades talentosas. Ocultas. Enfim o jogo chega ao fim.
O Coringa surge apenas para capar o Ás de Ouros.


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