Uma a uma as cartas foram sendo jogadas, indecisas algumas,
apostadas com vigor outras e tímidas também. Porém, em sua maioria, a sorte
pendia para os apostadores agressivos que jogavam suas fichas com sofreguidão e
a desordem de quem não respeita as regras, quaisquer que sejam elas.
Foram sendo colocados muitos reis e um nadinha de súditos,
parecendo a todos que o coringa estava submerso neste baralho estranho, onde
apenas as cartas autoritárias tinham vez.
A jogatina era pesada, com apostas determinantes a qualquer
preço, sem pensar, sem olhar o semblante do outro jogador, sem a astúcia das
cartas na mesa assim como as do centro e nas mãos dos parceiros.
Me chamou a atenção as rainhas de muito baixo escalão que
seguiam orgulhosas sem ao lado olhar, construindo seus castelos a partir da
destruição de palácios, atravancando a operação pelo bel prazer do orgulho e da
prepotência. Altivas, o valor das cartas careciam de inteligência e a soberba
imperava e seguia incólume, encostando sempre no líder da mesa – o Ás de Ouros
– que apesar da fama de herói era o mais pobre coitado do carteado.
Todos os reis agrupados mais se degladiavam e se concediam
glórias entre si, do que propriamente jogavam suas cartas com habilidade e
presteza. Assim era impossível entrever a situação no tabuleiro que também
abrigava excelentes jogadas com personalidades talentosas. Ocultas. Enfim
o jogo chega ao fim. O
Coringa surge apenas para capar o Ás de Ouros.
Escrever para viver e viver para escrever. A inspiração é o meu objeto de desejo a cada amanhecer e assim minha alma fica fortalecida no encontro do silêncio e da natureza marítima. Leiam com bons olhos! Mail para contato: verarenner43@gmail.com Vera Lucia Renner
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domingo, 13 de fevereiro de 2011
Castelo de Cartas
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