terça-feira, 4 de novembro de 2025

Sem volta



Acordei na cabeceira da estrada sentindo que eu havia resolvido alguma coisa sem mesmo descobrir para que lado eu estava me atirando podendo ter sido um sonho e que nesse momento eu estava finalizando já desperta. Me encontrei encilhada em bons sapatos, roupa de viagem e uma pequena maleta de mão que assim de pronto, não me dizia de onde tinha surgido e muito menos o que portava dentro de suas alças – antigas – de couro bem gastas.

Não fiz muito caso de como fui parar ali porque ando preferindo, vez ou outra, sair do prumo carregando na tinta de fantasia da minha caneta, espalhando o rascunho por aí sem conseguir encontrar o final da história. Há sempre muito barulho no meu pensamento e silêncio nos ouvidos então, resolvi que era chegada a hora de encarar com seriedade o caminho me foi empurrado.

A aparente estrada não tinha asfalto e estava situada entre lugares pequenos, quase rurais, me deixando surpresa porque a passagem que me trouxe até o lugar escolhido era uma rodovia de cidade para cidade. Não me importei, quem sabe o sujeito que pretende me enviar de volta comprou uma passagem errada e aqui estou pronta para fazer o retorno e voltar para casa.

Não foi necessário muito andar para perceber que quem me levou para este patamar de viagem não me conhecia e muito menos possuía ideia da passagem que resolvi adquirir, muitos anos atrás, e que não tem pista dupla. Bom lembrar que peguei a estrada principal com apenas uma via. A de ida.

 

 

 

 


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