Acordei na cabeceira da
estrada sentindo que eu havia resolvido alguma coisa sem mesmo descobrir para
que lado eu estava me atirando podendo ter sido um sonho e que nesse momento eu
estava finalizando já desperta. Me encontrei encilhada em bons sapatos, roupa
de viagem e uma pequena maleta de mão que assim de pronto, não me dizia de onde
tinha surgido e muito menos o que portava dentro de suas alças – antigas – de
couro bem gastas.
Não fiz muito caso de como fui
parar ali porque ando preferindo, vez ou outra, sair do prumo carregando na tinta
de fantasia da minha caneta, espalhando o rascunho por aí sem conseguir
encontrar o final da história. Há sempre muito barulho no meu pensamento e
silêncio nos ouvidos então, resolvi que era chegada a hora de encarar com
seriedade o caminho me foi empurrado.
A aparente estrada não tinha
asfalto e estava situada entre lugares pequenos, quase rurais, me deixando
surpresa porque a passagem que me trouxe até o lugar escolhido era uma rodovia
de cidade para cidade. Não me importei, quem sabe o sujeito que pretende me
enviar de volta comprou uma passagem errada e aqui estou pronta para fazer o
retorno e voltar para casa.
Não foi necessário muito andar
para perceber que quem me levou para este patamar de viagem não me conhecia e muito
menos possuía ideia da passagem que resolvi adquirir, muitos anos atrás, e que
não tem pista dupla. Bom lembrar que peguei a estrada principal com apenas uma
via. A de ida.

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