O clima adora ser destemido,
audaz, irreverente e, principalmente, imprevisível jogando seu charme em todos
os quadrantes carregando nas tintas mais airosas aqui e ali se divertindo
inconsequentemente – na maior parte das vezes – com os resultados de sua
intempestiva atitude enganando os estudiosos, surpreendendo toda a terra. De
outra parte seus arroubos infantis muitas vezes causam dano no solo, abrindo
valas, derretendo mananciais de gelo, esquentando a temperatura ou, em sua
contrapartida, tornando o frio um inimigo considerável.
A partir de todos os eventos dissonantes
que saem do script dos estudiosos se estabelece como se fosse um arrependimento
por ter sido ele – o clima - o autor de tanto estrago em locais diferentes
causando uma variação de cura sem precedentes. O processo de combate aos danos
passa por aquele formigueiro que teve sua caprichosa montagem em meio a calçada
varrido pela ventania e agora, em pouco tempo se ergue pela força de seus
combatentes moradores brotando do chão e se colocando em luta. E assim,
sucessivamente, ventos se aquietam, a chuva dá uma trégua, o sol aparece, o céu
se pinta de azul e as nuvens migram para casa, demonstrando que toda tempestade
tem o ponto certo de cuidar.
Que bom seria se nossas
feridas abertas por tantos e tantos motivos, alguns reais, outros imaginários,
tivéssemos a capacidade de resolução proativa que a natureza possui. A terra é
um ser vivo que busca dentro de si a solução para os males, males estes que,
por capricho dela mesma, se desacomoda havendo necessidade de rever a sua
atitude na busca da cura.
Dias existem em que a
madrugada vai clareando em seu ritmo diário e nos encontra cabisbaixos, com uma
certa mudez involuntária porque simplesmente não encontramos palavras para
nenhum assunto, o coração se apresenta tão vagaroso que parece querer estancar
o passo. O corpo inteiro reflete o que a mente relata, porém, a Fé entra em
campo exatamente como a natureza o faz com o seu corpo vivo.
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