Todos os dias, antes mesmo de
abrir os olhos elevo meu pensamento a Deus e, na sequência vou reverenciar o
mundo criado por ele que se descortina da minha janela e que sempre se encontra
ordenado com a natureza dando seu recado, reunindo a turminha do clima para que
juntos ofereçam o tom do dia que apenas se inicia. O que importa é sempre imaginar
que um mundo melhor irá ressurgir diariamente com a Fé restabelecendo todos os
corações. É com este Norte que me deito e levanto diariamente.
Hoje, porém, está sendo um dia
diferente a começar com a agitação que na madrugada invadiu minha casa fazendo
com que os meus olhos se abrissem repentinamente de forma assustadora em meio a
escura madrugada, como se houvesse um grande perigo prestes a acontecer. Orei
aos Anjos para que velasse pela humanidade não havendo, entretanto, um
arrefecimento da onda escura que, além de invadir meu coração, abateu meu
semblante, marejou meus olhos de lágrimas desconhecidas, vergou meus joelhos ao
chão, desenhou nas minhas mãos um pedido de socorro.
Me senti impulsionada a buscar
o ar puro da noite que em um primeiro momento se mostrou denso e pesado
parecendo não haver um espaço sequer para que minha intenção sagrada avançasse no
vácuo desta noite escura e perigosa. Resolvi andar pela calçada molhada de
orvalho praiano e alcancei a beira do mar onde me dirigi com vigor até suas
ondas que refulgiam em prateada luz advinda das estrelas que pareciam ondular
um caminho para um recanto distante da abóboda celeste onde restava um clarão que
vagarosamente se espalhava pelo universo. Neste momento meus braços se ergueram
para receber a mensagem de que o socorro estava a caminho. Aleluia!

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