Andei por aí um pouco perdida
pois aparentemente o caminho anda se confundindo nas ruas entremeadas em
aparente confusão de mapa me induzindo a não reconhecer nenhuma delas no meu GPS
mental e, de outra parte, atravesso uma rua e ao dobrar a esquina me perco no
contexto me assustando com este detalhe da minha rotina que se apresenta sem me
dar alternativa.
Busquei dentro de mim a trilha
de ontem e, por este motivo, me veio à mente a passagem diária que segue um
atalho inspirador no trecho que sempre encontro deixado pela natureza na virada
da noite para o dia. Surge sempre uma sutil inspiração que encontra abrigo no que
a natureza deixou em aberto e um convite para seguir os pequenos milagres
surgidos neste intervalo.
E, de fato, alguns eventos
aconteceram neste alvorecer como novas flores de colorido inusitado em meio ao
inço que resolveu inovar brotando na borda da calçada, longe de ser pisoteado.
Um bando de borboletas amarelas veio me buscar solicitando que eu as seguisse e,
na sequência, um cachorro de rua engancha nos meus calcanhares me seguindo e
apontando um caminho novo.
Até então eu continuava com a
mente à deriva e me convencia que estes sinais aleatórios me levariam a
distração eterna, quando, na virada de um beco, deparei-me com uma estrada de
ferro ainda aparentando proteção no traçado. A ferrovia possui no seu dorso de
terra misturada com pedregulho um broto da mimosa Flor do Campo colorindo o único
sinal de vida nesta abandonada estrada que possui destino sem desvio e chegada
em cima da hora.
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