Sempre que vejo o rastro de um avião a jato rasgando o céu azul lembro do meu pai e a minha mãe que, sempre juntos, voavam nas asas da “Panair” e da “Varig”, de saudosa memória, havendo sempre aquela caravana da família indo ao Aeroporto Salgado Filho recepciona-los. O grupo era de respeito, com minha avó Aracy capitaneando a “trupe”, meus irmãos e executivos da fábrica. As novidades ora vinham do Nordeste, ora da Europa, com muito conhecimento no reencontro das viagens.
Minha mãe nunca comprou uma
roupa de loja e todos os seus “tailleurs” foram primorosamente costurados na
famosa máquina de costura Singer. Daquela máquina saiu a vestimenta de todos
nós e eu, durante muito tempo, muito mesmo, costumava fazer a minha escolha de
figurino a partir da revista alemã “Burda” que minha mãe colecionava causando
em mim, até hoje, um sentimento difuso de orgulho, alegria e saudade.
Nesta doce lembrança paira a
sombra da saudade que me invade do tempo de ouro vivido na próspera cidade de
Montenegro, um lugar organizado, localizado ao pé do Morro São João zelando a
cidade que preservava seu casario e estava deitada ao lado do Rio Caí,
caudaloso e com um curso que alcançava outras paragens, levando de arrasto o
progresso e sua rebeldia de, em tempos de chuva, deitar-se fora da margem.
Estripulias a parte, ele é muito amado.
Ouçam com bons ouvidos “Asas da memória” em
https://www.youtube.com/@RalpVidaEsperanca
5 comentários:
Como lembras a tua mãe. Não a conhecia.
Oi Vera, recebi da Clarinha este teu texto! Lindo a história da tua famosa e marcante família na nossa querida cidade de Montenegro onde juntos passamos momentos de convivência maravilhosos!
Parabéns pelo teu talento de escrever e descrever teus lindos sentimentos inerentes a tua pessoa! Bjos, Betinho
Que legal Vera Lúcia esta tua crônica. Abraço
Bem emocionada aqui. Vou guardar para escutar mais vezes 😘
Que lembranças tão lindas e importantes! Gosto muito da tua escrita. Beijos. (Maira)
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