Dias difíceis por aqui e os
sinais me vem sem que eu possa perceber claramente, mas, no andar do dia quieto
e medroso que se apresenta minha figura delata em alta voz os sintomas que este
dia, justamente este, pretende reportar. Fico prestando atenção, em primeiro
lugar, no norte do meu amanhecer e encontro
o mar, como sempre, aguardando que o sol lhe venha fazer companhia, me
olhando, porém, hoje ele parece que me espreita, me espia, me monitora e o
percebo enviando mudos recados, alguns posso entender porque são sempre os
mesmos, outros aqui estou tentando adivinhar.
Comecei minha investigação
determinada a não olhar para trás apesar de minha cervical andar rodeando o meu
corpo como se tivesse vida própria, e, de certo modo possui olhos de lince para
giro selvagem e se agrada de postar-se diante de múltiplas possibilidades,
aliás, um vício do meu corpo que volta e meia navega na procura de um terreno
baldio para invadi-lo com meus pensamentos mais urgentes e desta vez não foi
diferente.
Me rendi à muda interferência
do início da manhã e fui investigar o espaço encontrando uma verdadeira trama
de hera ardida que conjugava assuntos do passado embaralhando e enredando o
infortúnio, a sorte, o amor, o desamor o encontro e a despedida em fortes laços
do qual não conseguiam se desvencilhar.
Um pouco parva ao reencontrar
os pedaços de vida misturados resolvi que a tarefa ao qual o dia me destinara
seria de limpar aquele solo baldio que ousara receber os fantasmas de outro
tempo, ressignificando a experiência desta aparição repentina e, aparentemente,
com propósito oculto.
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