sábado, 5 de abril de 2025

Letras em tempo

 


Hoje com esta pasmaceira peculiar dos dias amenos de outono onde nem o vento nem o sol querem andar juntos, minha mente, meus sentimentos e minha alma, inclusive, entraram no modo retrogrado e desde bem cedo ando esquecendo certas palavras, dificultando a minha entrada neste mundo de falatórios de toda laia ao qual sou empurrada toda hora, todo dia, mas não todo sempre, acreditem.

Acabei pensando que talvez o dia, matreiro, sem ter o que fazer de relevante, tenha resolvido me enviar desafios, me obrigando a duvidar de minha linha de pensamento, ou do destino das minhas ultimas letras no confuso caderno de rascunho que quase sempre anda perdido pela casa. Posso encontra-lo na mesa de trabalho, embaixo do sofá depois de um cochilo extemporâneo, atras da almofada, em cima do fogão, da geladeira, da máquina de lavar ou na bolsa que nunca uso. Como o propósito de manter este rascunho é para não haver nenhuma perda do alfabeto, que está sempre me assaltando, a trilha dele dentro da casa faz jus ao conteúdo.

Neste exato momento eu percebi que o dito cujo de rápidas anotações não se encontrava à vista propositalmente e entendi, rapidamente, que o dia ameno veio para lembrar que algumas letras inventadas perambulantes acintosamente por aí, não teriam mais o meu prestigio, portanto, as eliminei cegamente e segui meu rumo ao santuário da minha escrita imaginando haver me esquivado de quaisquer assuntos resgatando meu vocabulário. Voilá!

Nenhum comentário:

Dia do amigo

  Encontros acontecem a todo instante cruzando nosso caminho, pulverizando a atmosfera que nos envolve com um delicado lampejo divino e entr...