Este dia amanhecido de trás
para frente me trouxe algumas preciosidades que andei ocultando de mim mesma
imaginando que elas se perderam em algum período não estando mais acomodadas no
baú do esquecimento naquele canto de portas trancadas. Porém, o fato
aparentemente esquecido toma vida própria e se arremete tal qual este dia que
surgiu em modo esquisito.
Com cuidado e curiosidade
tomei coragem e abri a porta emperrada daquele espaço diminuto e úmido que
vertia guardados de antanho e logo surgiram objetos, livros, caixinhas de
preciosidades, bonecas, diários aferrolhados, soldadinhos de chumbo, bolas de
gude, dados e tantos outros objetos que ao receberem a luz do dia renovaram
acintosamente sua existência tomando corpo mais uma etapa.
A poeira fugiu alarmada, as relíquias
tomaram forma sob a benção do sol e se ordenaram como fantasmas na berlinda do
tempo. Lancei um olhar sobre todos e curiosa fui lembrando de cada período em
que eles participaram do meu dia a dia de criança, trazendo de volta o tempo
lúdico da minha vida.
Os guardados me surpreenderam
e fui costurando as histórias encadeadas de um para outro me regozijando com o
resultado construído, agora, definitivamente no túnel do tempo.
O pequeno pedestal de uma
concha que abriga uma pérola me chamou a atenção para encerrar esta fábula. Ela
nasceu a partir de uma trajetória tramada em intrusas tristezas, mágoas,
desavenças e sofrimento o que forjou um novo caminho cheio de alegria e
esperança.
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