O tempo, esse contador de histórias, ainda não ordenou ao clima que se organizasse e colocasse ordem no barraco da praia e por este motivo jovens e velhos andam à toa na areia e na calçada úmida, ora procurando as ondas do mar que maldosamente renega os corajosos com suas ondas geladas e revoltosas impossibilitando ali se banhar e deste modo bem covarde enveredam de pronto para aquela poltrona em frente à lareira cobrindo-se com um velho xale de crochê colorido esperando com paciência que os ponteiros do relógio andem mais ligeiro.
O relógio da vida, porém, é
caprichoso e mal humorado e para alguns se move com preguiça aligeirando o
ponteiro para o que não se deseja e nem se pretende enxergar e, na contra
partida, atrasa seus segundos de propósito se divertindo ao perceber a
expectativa em alta de humanos, natureza, fauna e flora para que a contagem das
horas se acelere.
Os bichos querem nascer logo,
as flores desejam despontar ao sol, os pássaros e insetos anseiam por asas renovadas
e assim a natureza desperta fora de hora, os pássaros cantam apesar de ainda
ser noite, as flores nascem dando de cara com o frio,
Todos correndo sem saber
direito o destino importando apenas seguir com ligeireza para o depois que
sempre parece mais longe tornando assim os caprichosos segundos da vida mero
refém do desejo.
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