sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Nas asas do tempo

 

O tempo, esse contador de histórias, ainda não ordenou ao clima que se organizasse e colocasse ordem no barraco da praia e por este motivo jovens e velhos andam à toa na areia e na calçada úmida, ora procurando as ondas do mar que maldosamente renega os corajosos com suas ondas geladas e  revoltosas impossibilitando ali se banhar e deste modo bem covarde enveredam de pronto para aquela poltrona em frente à lareira cobrindo-se com um velho xale de crochê colorido esperando com paciência que os ponteiros do relógio andem mais ligeiro.

O relógio da vida, porém, é caprichoso e mal humorado e para alguns se move com preguiça aligeirando o ponteiro para o que não se deseja e nem se pretende enxergar e, na contra partida, atrasa seus segundos de propósito se divertindo ao perceber a expectativa em alta de humanos, natureza, fauna e flora para que a contagem das horas se acelere.

Os bichos querem nascer logo, as flores desejam despontar ao sol, os pássaros e insetos anseiam por asas renovadas e assim a natureza desperta fora de hora, os pássaros cantam apesar de ainda ser noite, as flores nascem dando de cara com o frio,

Todos correndo sem saber direito o destino importando apenas seguir com ligeireza para o depois que sempre parece mais longe tornando assim os caprichosos segundos da vida mero refém do desejo.

Nenhum comentário:

Gosto amargo

  Girei os calcanhares com gosto amargo na boca travando meu raciocínio para reconhecer o espaço de tempo que ocupo desde há muito e que hoj...