Mergulhei fundo no buraco que
se abria aos meus pés encarquilhados pelo tempo e assim determinada enverguei
uma voadora mundo abaixo sem medo de revés, sem temor da volta, sem receio de
me perder, sem ansiedade de ali encontrar
os fantasmas reais e imaginários, os reis e rainhas nomeados, os santos e os
demônios que ali se refugiaram, usurpando minha vigilância e meu zelo para
mantê-los longe, em segurança.
Premente é desvendar os
segredos que eu mesma tratei de esconder no fundo do poço uma vez que
notadamente eles não se ocultaram ao rés do chão e assim, com insistência
infantil retornam à beira da trajetória vivida fresteando meu espirito,
murmurando sandices do acontecido, do presente mambembe e do futuro fantasiado.
Com impertinência iniciei o
resgate de toda a turma que amontoada nos recônditos escuros do fundo de mim
fingiam agora serem de bom coração que a mim vieram em socorro nos momentos de
dúvida, de medo, de tristeza, de penúria.
Não contavam que neste momento
venho armada de todas as ferramentas que meu espirito disponibiliza e com eles
vou dissipando todos os verdugos que sorrateiramente se acomodaram junto a mim
com sopros de sofrimento irreal. Cheguei à origem e de ora em diante montarei
guarda.
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