Achei um caminho inusitado neste dia em que o Divino se acomodou entre nós parecendo estar com intenção de perambular por aí como quem não quer nada se fazendo de quase invisível deixando à mostra apenas um livro aberto que aguça a curiosidade do desperto na madrugada, do olhar que se estica como elástico forte, como mente agitada pelo terror da noite. É para estes que o livro se abre sem pudor e sem explicação, balbuciando em suas páginas apenas um rumor do que acontece aqui e ali numa instância para prestar atenção.
Faz bem olhar com cuidado o
conteúdo que emerge das páginas e vão se acomodar por aí em meio ao nada
parecendo ter a intenção de prosear com o desconhecido, de alertar o
adormecido, de brincar de esconde-esconde com o cotidiano pacato do lugar,
afinal a página virada para ser lida foi impulsionada sem critério do que
revelar.
A interpretação me pareceu uma
brincadeira de criança, eivada de alegorias sutis brindando o leitor num jogo
de adivinhação e de alegre passeio por entre suas ideias, da mais simples à
mais estapafúrdia, da mais complexa à mais bucólica demonstrando que tudo pode
ao se desvendar a lauda de um alfarrábio qualquer desde fechar sua página peremptoriamente por
absoluta rejeição, por descaso, ignorância, ou solene aceitação da brincadeira
das palavras grafadas permitindo o nascimento de personagens de vários matizes.
Em espaço reduzido a
imaginação trava uma batalha campal no espirito que busca alimento para alma e
que se nega a empobrecer de versos que saltam e vagam pelo tempo de todos com
promessas acreditáveis e outras vãs.
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