Ela surgiu à minha frente de surpresa uma vez que eu não tencionava na minha caminhada adentrar em nenhum lugar fechado pois havia urgência em respirar os ventos marítimos mesmo que estes não rescendessem seu aroma, por ora, e seu brilho ocultasse a vista longa e ampla de sempre. Rumava pelo caminho buscando sair à luz e nesta condição meu corpo seguia o que comandava o meu desejo e meu pensamento.
A atração daquele afunilamento
que a claraboia me proporcionou foi irresistível e assim entrei no recinto,
mágico e belo por si, silencioso por natureza e receptivo por ser este o seu
destino desde sempre.
A penumbra solene foi o
impacto que primeiramente me tocou o fundo da alma e na sequencia o deslumbre
do meu olhar no ambiente que resplandecia em uma miríade de tom sobre tom e
sombreamento espetacular sendo que a luz se expandia na sombra como um
caleidoscópio de cor cinzenta.
Segui através do ambiente
sagrado e soberano onde os detalhes do entorno estavam obscurecidos pela aura
de luz difusa deste dia. Me aproximei do fulgor que a claraboia permitia
refletir naquele assoalho antigo e milhões de vezes pisado por tantas e tantas
outras pessoas, pessoas estas desaparecidas no momento, talvez porque estejam
escondidas na penumbra da vida, ocultas
no medo, subtraídas da razão sem conseguir vislumbrar o milagre que apenas uma réstia
de luz divina pode alcançar.
Um comentário:
Show! Parabéns
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