quinta-feira, 12 de setembro de 2024

A claraboia

 

Ela surgiu à minha frente de surpresa uma vez que eu não tencionava na minha caminhada adentrar em nenhum lugar fechado pois havia urgência em respirar os ventos marítimos mesmo que estes não rescendessem seu aroma, por ora, e seu brilho ocultasse a vista longa e ampla de sempre. Rumava pelo caminho buscando sair à luz e nesta condição meu corpo seguia o que comandava o meu desejo e meu pensamento.

A atração daquele afunilamento que a claraboia me proporcionou foi irresistível e assim entrei no recinto, mágico e belo por si, silencioso por natureza e receptivo por ser este o seu destino desde sempre.

A penumbra solene foi o impacto que primeiramente me tocou o fundo da alma e na sequencia o deslumbre do meu olhar no ambiente que resplandecia em uma miríade de tom sobre tom e sombreamento espetacular sendo que a luz se expandia na sombra como um caleidoscópio de cor cinzenta.

Segui através do ambiente sagrado e soberano onde os detalhes do entorno estavam obscurecidos pela aura de luz difusa deste dia. Me aproximei do fulgor que a claraboia permitia refletir naquele assoalho antigo e milhões de vezes pisado por tantas e tantas outras pessoas, pessoas estas desaparecidas no momento, talvez porque estejam escondidas na penumbra da  vida, ocultas no medo, subtraídas da razão sem conseguir vislumbrar o milagre que apenas uma réstia de luz divina pode alcançar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Show! Parabéns

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