segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Reflexão mareada

 

O dia recém começou, minhas ideias acontecem ainda mareadas pela escuridão da noite com seus assombros, pontuados com capricho pelo meu corpo físico muito bem guiado pelo espírito que parece não se importar com a premência de um sono profundo, que não alavanca nada de importante, que não lembra coisa alguma relevante. Simplesmente me deixe estar, ficar ali, à mercê do silêncio de Deus.

Os pensamentos, na sequência da modorra do tempo se aguçam timidamente, justo no momento inaudível parecendo ter a intenção de  despertar, de atiçar, de  jogar o dia que teima em nascer, que busca a luz da paisagem, que insiste em chamar a natureza, a fauna, o mar, a areia , o sol e o vento a fazer parte.

No entanto o movimento não acontece como o previsto, as ruas não se movimentam como normalmente, a luz do sol surge apagada e sem quentura, o vento esqueceu de abrir as asas, o mar recuou e silenciou, a bicharada se escondeu, as gargantas apenas fazem movimentos caricatos e fenecem sem voz.

A vida parou de repente deixando todos os seus atores à mercê de si mesmo e de seus íntimos pensamentos, fazem parte aqueles que andam de lado dentro da alma para não serem vistos, os fatos que jazem escondidos nas gavetas lacradas da alma, se inclui os acontecimentos relegados ao esquecimento e as farsas brilhando desnudas com as verdades inundando o pensamento mais obscuro.

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