Sempre foram três as maletas que me acobertavam no para lá e cá com distintos conteúdos que sequer conversavam entre si, obviamente porque o que ali era depositado não podia ou não devia se misturar, e assim fiquei sempre livre para deixar uma, duas ou as três fechadas e sair por ai sem bagagem, sem roupa adequada e sem comunicação, aliás, uma estripulia bem ao meu gosto.
O alforje maior é o que comporta toda a traquitana comunicalóide da rotina entra dia sai dia, a que mais pesa e a que mais me irrita por ser ela a dominatrix que alimenta despudoradamente olhos e ouvidos sem distinção de horário e de clima. Como ela é dependente e não tem vontade própria, ao ser acionada imediatamente rouba a vida para si em qualquer lugar e foi por este motivo que hoje a deixei fechada e assim meus sentidos ficam libertos de qualquer interferência que desvie meu pensamento do nada. Amo o vazio e o silencio porque a companhia dos meus fantasmas instiga a percorrer outros rumos e andar por ai.
A sacola de tamanho médio traz a vestimenta a ser usada e ela é pequena pela simplicidade da observação que os dias em anos andam mais rápidos do que o figurino de moda apresenta, então, abasteci meu guarda-roupa com peças que são atemporais e bem folgadas para o caso de me acontecer ir e vir no tamanho, mesmo que agora a minha tendência seja diminuir centímetro, altura e largura. Não faz mal, vou usufruir destes trapos por muito tempo porque assim como não pesa nos ombros vesti-las, não ocupam espaço no carregamento.
A bolsa menor é secreta porque
possui emplacado a ferro e fogo meu destino de seguir em frente.
Um comentário:
Vera querida!!! Ler tuas crônicas sempre é um prazer para mim. A forma como conduz a tua escrita me leva junto em qq caminho que tua crônica pretenda percorrer. Bjs 🥰 e sds. Dirce
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