Ele nunca chega de mansinho, sempre vem trombeteando seu dia e hora de tomar posse para poder pulverizar com seu manto diáfano as diabruras da estação outonal que sucede ao fragoroso verão que de certo modo destrambelha corações e mentes sem pudor.
Vem com muita disposição de organizar a natureza a seu bel prazer, porque, afinal, ele será o guia, por certo período, dos humores da estação que está sobre seu comando, tendo que suportar com galhardia os erros das previsões já que tem certa preferência de brincar de esconde esconde com quem acha que o conhece e assim vai preparando as surpresas para o período.
O cochicho dos seus pares que ainda estão sob o efeito da modorra calorenta do verão, colega que o antecedeu, é se vão dar a largada com disposição e juntos, ou se cada um deles vai se adiantar com sua performance dia após dia. A dúvida desperta neles a perspectiva de traquinagem junto ao seu comandante deixando em aberto se a ordem vai ser cumprida.
Assim, neste dia em que irão iniciar os trabalhos o mar poderá acordar revoltado, com a cara de inverno, e não com o semblante tranquilo que costuma acompanhar a estação meditativa que prima por uma sequencia temporal escalonada como ondas suaves, sol com sua luz difusa, uma brisa arrefecida comparecendo com alegria, as folhas e flores vagarosamente perdendo sua energia vital atrasando um pouco o tempo de se juntar ao solo para cumprir outra missão.
Pode acontecer que num
repente os pares do Outono revelem uma energia descomunal e juntos decidem em
seu primeiro dia se unir e levantar todas as possibilidades da estação no mesmo
dia, começando com o nascer do sol que entra em campo com cor e quentura adiantadamente
desmaiada, as árvores e flores se jogam logo no chão queimando etapa e o vento
se afasta para outras paragens onde sopra intermitente, deixando a chuva
volumosa se espraiar com vontade. O primeiro dia do pacifico Outono surgiu
animado.
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