quinta-feira, 31 de março de 2022

Nutrição, uma fábula

Andei aqui e ali procurando nada, buscando a incógnita, o difícil e talvez impossível modo de agilizar as faltas que me rondavam e que chegaram sem avisar, mansamente, sem pressa como quem sabe roubar, como quem tem dentro de si a eficácia de escamotear as coisas importantes, tanto assim que o desfalque não foi percebido, de pronto. 

De surpresa foram chegando os convidados com codinome de fraude, não desejados e muito menos apontados em lista nenhuma que se pudesse conferir tornando o acontecimento apenas um circulo de desconhecidos começando pela modorra que se instalou calando a voz de todos que andavam por ali livremente, com sua cantoria, palavra e sorriso sendo distribuída generosamente, afinal, a energia não havia sido atacada cruelmente por atores invisíveis a olho nu. 

Deste modo a vista escureceu, o coração bateu devagar, os cabelos rarearam, a pele murchou, os ossos afinaram e a voz sumiu. Não havia mais o raiar do sol fumegante que adentrava a janela todo dia uma vez que as cortinas estavam cerradas por absoluta falta de alento para erguê-las e assim foram se passando os dias deste cerco desprezível de atores que se arrastam pelos cantos não dando a cara a ver causando danos como se fosse apenas um subterfúgio assustador para deitar ao chão a vida ali instalada. 

Finalmente ficou a descoberto o par e passo do mal feito e assim que foi identificado iniciou-se a batalha com os melhores soldados da natureza arregimentados com o poder da estratégia, conhecimento e eficiência, acomodados no lastro do amor e dedicação, e deste modo airoso entraram em campo os atores com toda a chance de vencer a batalha do inimigo oculto.

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