A hora que parecia nunca chegar se aproxima devagarinho, quase empacando, pairando certo temor que alguma conspiração fora de hora desembarque na premência de alguns de evadir-se para outros lados solapando o desejo íntimo de tantos que almejam o Paraíso liberto e destrancado para continuar a viver no ritmo cadenciado das dunas voláteis, areias ansiosas e ondas voluntariosas, sem falar do amigo de todas as estações, o vento intermitente.
O calendário demonstra autoridade estando exposto por todo lado e o sino cadenciado minuto a minuto vai empurrando para a hora crucial da partida que sinaliza que é de bom tom ir juntando os tarecos inúteis adquiridos no período da farra desenfreada onde o que é feio bonito parece, o que faz mal passa a fazer bem, o exceder-se faz parte do todo de quem vem para um tempo limitado e a exacerbação dos modos ganham altos índices de aprovação. Quem se importa, dizem alguns.
Na outra ponta cortinas são arriadas, portões destravados, cercas vivas podadas, riacho na calmaria, praia limpa e a bicharada toma o poder novamente após um tempo fugindo do pisoteio de todo tipo de ambulante, inclusive, das pegadas firmes do individuo que parece sempre estar com pressa almejando, quem sabe, chegar a lugar algum.
Não tem mais como esperar, o
sino bateu e a hora da retirada em bloco se faz urgente, talvez, por ser o
tempo destinado para aloprar no seu lugar de origem deixando que estas terras
alternativas voltem ao poder dos nativos que durante um período voltam a usufruir
das condições civilizadas que escolheram viver, apesar deste interregno anual suportado
com frequência com mais do mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário