Um pensamento interessante me assaltou a mente quando, por força do hábito, minhas fantasias – algumas estapafúrdias – saltitava por entre muitos temas quase todos muito caros e recorrentes no meu dia a dia. E foi como uma flechada certeira que me lembrei daquela massa humana da qual fugi há alguns meses atrás, que se movia uniforme e desconexa, fazendo tanto barulho na minha cabeça que acabei ensurdecendo completamente para tantas e muitas passagens relevantes e merecedoras de imaginação e discernimento.
Dei-me conta que as gentes que estavam sempre me cercando e pendurados na minha aba foram varridos de mim e do meu entorno naquele dia fatal de partida para nunca mais voltar, me chegando à memória como se fossem finíssimos grãos de areia arremetidos sem autorização na vereda que me enredo todos os dias na busca do interessante, do inusitado, do simples, do possível e do impossível.
Deixei-me levar - por alguns instantes - na volta àquele tempo que para mim já é remoto e notei que a lembrança deste bota fora inconteste veio agregada a um sentimento de vitória e também de uma paz interior, imensa. Para completar, uma alegria íntima, sorriso de face a face, passos leves, coração aberto, alma leve e benevolente.
Como determinei tempos atrás
continuo com a persistência de, ora em diante, não ceder a apelo de
desconhecido, voz enrouquecida, olhar de viés duvidoso, interesse escuso e
explícito deixando a vida na beira do abismo e na várzea do mundo. Libertei-me
de tudo e agora só navego por terra, por mar e pela maresia.
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