Todos os dias me defronto com minha agenda imaginaria minuciosamente escrita com os assuntos relevantes que devo passar a limpo para deliberar, pensar, desenvolver ou simplesmente pensar no quê me aparece, desde o fundo do meu coração, passando pelo pueril que, aliás, anda dominando os rascunhos. Mas é obrigatório incluir o que possui alta e absoluta razão de surgir e assim reescrevo tudo, todos os dias no capricho, não podendo haver descuido porque eu sei que os muros do meu entorno volta e meia são mal frequentados.
Mas, assim, em um momento qualquer o desaviso acontece e me defronto sem poder fugir com os esquecidos, aqueles, que tiveram uma rápida passagem pelos temas que eu prezo e que assim como se acercaram se foram mata adentro, deixando a trilha pública com tantos lapsos na pisada e confusão de direção que me fez sentir que deveria ser naquele dia mesmo que eu me dedicaria a fazer os consertos, pontuais como merece o meu destino de letras.
Deslembrados é uma ótima palavra que eu encontrei em algum canto do dicionário secreto que eu utilizo, com ar de que talvez a dita cuja não exista, ou não esteja correta ou o que o valha. Pensei duas vezes e depois de escrita e composta com primor, ela fez - pelo menos para mim - todo o sentido.
Foi com esta intenção que
comecei a buscar o exato momento em que foi efetivado o desvio das falas e as
letras começaram a se confundir entre si parecendo me chamar à atenção para que
me desse conta que o diapasão do conteúdo estava fora de tom. Ao perceber os
desvios dei-me conta - um pouco tardiamente - do que poderia vir a acontecer
com toda a caligrafia já impressa, somando tantos parágrafos, pontos e vírgulas
pensados e grafados com convicção. Rapidamente me autorizei a quebrar o círculo
dos interesseiros e corrigi o rumo deixando apenas o vácuo como lembrança.
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