quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Neurônio queimado

Percebi que eu estava com um neurônio queimado quando procurei algumas referências rotineiras e não as encontrei e me dei conta que andava por ai deste jeito interessante e me sentindo muito bem o que me parece incrível, imagina a área cognitiva tendo um buraco, uma falha e nem por isso senti algo diferente. Não me preocupei muito e na verdade até gostei porque logo passei a imaginar que o faltante ou sobrante estava me favorecendo de certo modo. 

Passei a me investigar de verdade para ver se eu conseguiria - em primeiro lugar – sentir o que estava faltando em mim porque afinal de contas neurônio esturricado é significante. Foi um pouco difícil confesso, uma vez que as manhãs têm sido muito iluminadas e as fragrâncias de que disponho me fazem quase ser outra pessoa. Será que eu gostaria, ou poderia? Não, claro que não... já está de bom tamanho me reencontrar depois de todo este tempo na terra. 

Continuei pensativa que sempre foi minha característica e cada vez mais ela se aprochega e cada vez mais fico feliz de ter este reencontro e então surgiu algo mais conveniente para analisar e ter clareza do que andava me rondando sem que eu me desse conta com rapidez. 

Na sequencia não consegui enxergar com nitidez o que foi embora com aquele dito cujo componente do meu cérebro, mas a intuição me diz que se escafederam coisas do baixo clero, fiapos que me atrapalhavam e apareceu em seu lugar um lindo espaço azul, ensolarado e calmo. Deu para ver com muita pureza e alegria que o meu espirito se elevou, a emoção está acionada e pulsante, a saudades age como um bálsamo curador, a presença se tornou etérea, desconhecidos ocuparam lugar importante na vida e no coração, os minutos perderam um pouco o sentido, o espaço na mente ficou infinito e o físico exíguo e interessante, a natureza agradeceu, o sol continua animado, a lua vem sempre romântica os astros mais do que alinhados. Este neurônio se sacrificou para deixar vaga para a Fé e a Esperança.

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