Para tudo que eu quero
descer, e não importa do que ou de onde pretendo apear. A primeira ideia foi
descer do salto, mas não faz meu feitio vociferar ou fazer estardalhaço quando
há desconforto e, juro, desta feita ele anda coexistindo e se espalha em todos
os patamares. Na verdade prefiro sempre um sorriso de desdém que sequer mostra
os dentes e uma passada com nariz levantado também pode funcionar muito bem. O
problema que estes subterfúgios não estão dando conta do que me aparece.
Pensando melhor, já me
foragi de um tempo onde a – ou as – máscaras eram tão triviais que se tornaram
invisíveis porque para cada situação do trabalho, de amizade, de família e
outros exigia que vestíssemos aquela carapuça que conforme a ocasião deveria
ser de obediência, de disciplina, de coragem e tantas outras atitudes que na
verdade não estavam muito acertadas dentro da gente. Mas era necessário e assim
foi cumprido. Porém, chegou o dia em que percebi que eu podia me autorizar a
desvesti-las. E assim foi feito.
Da mesma forma chegou a mim
a necessidade premente e furiosa de me livrar de excessos de toda ordem, aliás,
conselho de todos para todos que não se deve extrapolar em nada, que - em e
para tudo - tem que se ter equilíbrio.
Decidi que também era chegada a hora do desequilíbrio e estanquei o
mando das gentes. Deste jeito passei os últimos anos re-arrumando a vida. Por
sinal não foram apenas objetos realocados. De tudo um pouco.
Aconteceu o que se podia
imaginar, envelheci limpa, leve como uma pluma, fagueira andando por aí,
brincando com as letras, “inventando moda” - como se diz - e tendo que
administrar uma “vidinha”, diriam alguns. Para mim, uma benção, mas, eu
trabalhei para isso. Ontem, olhando para
o mundo como se eu estivesse fora dele dei-me conta que não consigo mais
encontrar as facilidades que batalhei e incorporei à minha vida e a mim mesma.
Como assim? Para tudo que eu quero descer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário