Acontece que a moçoila
rápida vem de última vez parecendo fugida de algo e descubro imediatamente ao
persegui-la a partir do meu lado norte para o leste, correndo dentro da casa –
vê se pode – para ver porque ela enveredou na esquina e não seguiu seu trajeto
costumeiro em direção ao mar. Juro que me senti mal pela travessura, mas também,
depois, achei que dar uma sacudida no garrão me fez bem, me espichei um pouco e
me diverti com a curiosidade.
A sequência foi
interessante. Ao entrar na esquina, parou, tirou da cintura uma carteira de
cigarro, olhou para os lados novamente, acendeu e deu uma longa baforada. Em
seguida tomou um gole de alguma coisa que portava dentro de uma garrafinha
colorida e eu tenho certeza que senti o cheiro de anis. Seguiu rápida, como
sempre, alternando a tragada e um gole com um afã que me impressionou. Eu me
debrucei na janela - a que ponto cheguei
- e a vi sumir pela rua em direção ao sul.
A moça bonita fuma
escondida. O seu ritual acontece sempre no mesmo horário e todos os dias quando
entra derrapando na esquina. Que sensação será que se tem de esconder um vício
que se entrega pelo olfato e pelo bafo eu não posso imaginar. Porém, a quem
será que ela quer enganar?
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