Esta foi por pouco, pensei eu, porque entre
tentativa e erro difícil acertar, por este motivo achei por bem ficar na corda
bamba, ou pendular docemente por entre os fatos sempre com a alma voltada para
o bem, seja qual for o dissabor que venha ao redor por pura falta de sorte ou por
desejo alheio. As balas quase sempre são certeiras e andei por ai pensando que
estou parecendo um ser à prova de balas. Adotei alguns mantras e também uma
reza forte blindando meu coração. A alma protegida fica imune e os bons
pensamentos e a generosidade afloram com doçura, ainda mais neste tempo que
anda encurtando a cada dia que passa.
Com a couraça que a vida me ofertou, e eu
aceitei, o mal feito só se frustra, porque não o deixo entrar, porém lhe dou o
lado uma vez que não me parece correto não lhe dar nenhuma atenção. Oferecida a
alternativa de não me atingir, sigo no passo me aconchegando com as coisas mais
simples que consigo vislumbrar e por ali vou passando os assuntos, buscando
opções para colocar luz onde a escuridão pretende se instalar.
Uma pitada de indiferença é fundamental para
o equilíbrio das contas fraternais cobradas alhures, algumas, de tão antigas,
nem vagam mais na lembrança recente e somente com esforço podem voltar à baila.
Decidida, me dou o desfrute de fazer uma análise aprofundada, mas nem bem
comecei a remontar o causo e já o percebo totalmente fora de hora e também fora
de contexto, uma vez que o tempo passou e aquilo lá detrás não faz mais o menor
sentido. Pelo menos para mim. Então melhor esquecer o dardo porque o veneno
contido já se esfumou. Bambolear entre antigas feridas é um aprendizado que vai
ladrilhando a caminhada ao finito como deve ser.
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