Está fincado ali altaneiro, tendo já desde
seu nascimento a solidão como cara metade, o vazio do mundo pela frente com a
companhia do Faroleiro que lhe dá função, dos coadjuvantes do clima como o mar,
o céu, as nuvens e o vento que, obviamente, manda em tudo. Ele sempre tem
imponência e pode ser mais bonito que qualquer outro, dependendo do arquiteto
que lhe deu a vida e a serventia. Ergue-se em lugares inóspitos porque a ele é
dada a chave da segurança de quem anda por ai pelos mares embarcado em grandes
ou pequenas embarcações e tem nele o sinal de estar próxima a terra, à salvação
ou à perdição.
Ele é muito privilegiado porque possui
personalidade própria tornando-o diferente entre outros, mesmo que todos tenham
em comum o mesmo destino de solitário desterro. Possui uma estrutura que lhe
possibilita a romântica vantagem de enxergar além da curvatura da terra, seus
refletores alcançam grandes distâncias rompendo avidamente extensões para que
se convertam, como mágica, nos avisos de luz e sonoros, cada um deles com um
alfabeto diferente em ocasiões diversas.
Sua sina é prevenir, é demonstrar que existe
salvação se alguém estiver no alto mar e em apuros, que pode com maestria
rodear o obstáculo ou em largas braçadas alcançar a margem, se assim estiver
escrito no seu destino marítimo. Talvez aconteça de aportar em terras
desconhecidas, pode ser que de perdido encontre-se achado, quem sabe andava o
marujo por ai desacorçoado e com tanta luz a se refletir no mar resolveu
aportar. Mas sua missão divina segue sempre sendo avisar, soletrando em muda
rotação a linguagem da luz e a escuridão através de espelhos, refletores e
lentes. Ronca forte se desce do céu aquela densa e assustadora névoa escondendo
dos mais promissores desbravadores o encontro com a terra firme.
Um comentário:
Parabéns Verá....
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