Para os praieiros o mar é sempre o destino, movimentado,
“de lua” e indomável, chova ou faça sol, tem seu fã clube garantido durante
todo o ano, mesmo quando se torna perigoso um simples banho de mar. Ele tem
muitas companhias em sua orla e a mais famosa é a Praça Iemanjá que dá abrigo
ao monumento que homenageia a Santinha em plena beira do mar, por onde passam
muitas pessoas todos os dias.
A Rainha do Mar está de costas para o horizonte
marítimo porque a intenção é lançar o seu olhar para quem por ali vier fazer
uma homenagem, uma reza, encher o coração de esperança, deixar que ela assuma
dali para frente à proteção divina. No alto, protegida do clima do litoral
norte que sabe ser feroz nas quatro estações, também proporciona certa calma a
quem for lhe depositar oferendas, flores, agradecimentos pela graça alcançada e
o mais de devoção que houver.
A força da santa se encontra nas águas da
natureza que devolve as oferendas nas graças solicitadas como se houvesse ali
um capricho divino. Diz a lenda que ela, caprichosa, leva para o fundo do mar todas
as aflições, tristezas e problemas que são colocados aos seus pés. Peregrinar
por ali acaba encorpando os fiapos de esperança por um mundo melhor, mais justo
e mais tranquilo.
Para os pescadores e suas famílias a prece
ronda para receber a abundância do alimento que dever ser trazido nas redes
pesqueiras e, enquanto o patriarca se lança nas ondas bravias os pedidos de
sucesso na empreitada se proliferam. Alimento e bom retorno estão na mira da
Santa e se cumpre.
A Deusa Divina mantem sob seu controle a
natureza das águas em sua fase lunar exibindo quase sempre a mudança necessária
em todos os aspectos da vida, provendo então a compaixão, o perdão e o amor
incondicional. Percebeu Iemanjá em sua trajetória que quanto mais ela ofertava
mais recebia, consolidando um ensinamento muito antigo: “é dando que se
recebe”.
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