Tinha sido dias interessantes, para dizer o
mínimo nesta hora em que a realidade já vai se confundindo com o sonho e a
expectativa se torna o algoz silencioso do momento e, mesmo que não se queira
tudo vai se acomodando como se deseja e a estória vai sendo escrita com aprumo
e delicadeza porque sempre parece que desta feita acontece. O tempo passado
ajuda muito para que tiremos os pés do chão e se vá planar sobre os dias que
ficaram mais alegres, ansiosos e muito, mas muito mais convidativo às conversas
de todo tipo.
Desconhecidos vão se aproximando com qualquer
pretexto, mesmo os triviais como aquela clássica iniciação de papo “será que
vai chover?” e vai seguindo pé ante pé neste terreno movediço em que as pessoas
iniciam os tramites para experimentar novos diálogos, novas conversas bobas e
outras nem tanto. O envolvimento vai galgando várias etapas quando o terreno
vai se tornando mais firme para investidas mais profundas, mas existe ali se
conjugando o verbo do mistério que cada alma abriga e tem como norte o seu
objetivo interno.
O tempo, o vento, o mar e outros que tais não
são suficientes para que se engatilhem conversas de melhor tom e, falta em
certos momentos, mais clareza nos desejos e assim vai se formando um bolo com
duas caras, onde aparentemente um necessita de ânimo para seguir em frente e
outro pensa que a chegada já aconteceu e vibra por isso.
Acontece de pronto a cruzada de passo porque
o que parece acontecer de fato não acontece ao outro, mesmo que os passeios
porta afora passem soltos e a sintonia
pareça perfeita. Na escuridão da expectativa dual as teias vão sendo costuradas
como subterfúgio, não sendo perceptível a armadilha que está sendo tecida naquele
momento, cegando a argúcia dos simples encontros. E é nesta hora que vem a
baila uma pergunta estapafúrdia, que não fazia parte do contexto até agora, rasgando
para sempre o que prometia vingar como um contrato único.
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