Fiz o tempo parar naquele dia porque achei
que seria interessante olhar de frente o que andava se apresentando, pois
quando a calmaria se expande é certo que as profundezas da vida estão se
movimentando e não é pouca coisa o que pode surgir. Então, foi sem surpresa que
ao adelgaçar o olhar encontrei as novidades que me levaram para outro patamar,
para a percepção de uma certa magia no
presente que se apresentava e não o passado, que vez ou outra vem só para
aporrinhar. Na verdade acho até que ele veio se oferecer, mas com roupagens de
um tempo tão antigo de viver que o que mais se parecia à nobreza era o que
estava ali.
E assim fiquei pensando que filtro
interessante esse que fornece uma oportunidade de estancar o que se está
produzindo, de agachar-se à vida que por ora vem avisar que esta dividida, que
se acumulam na parte de cima assuntos que precisam ser filtrados, porém a
passagem que se abona é muito exígua e haja alternância de pensamento para
conjugar todo este imbróglio.
De fato foram me ocorrendo uma por uma muitas
coisas que acredito até que não passaram por mim agorinha, mas já andaram me
circundando em outras eras, tempos menos formosos, menos reais, menos
apressados, mais escuros - por que não - onde a luz do lampião alumiava o
necessário pois certamente não me faz sentido clarear espaços porque não
conseguimos enxergar tudo de uma vez.
Assim de mansinho foram passando na ampulheta
imaginaria somente o que fazia sentido como deixar que a pouca luz fosse
sombreando a casa conforme a brisa enfunasse a chama, podendo ela ficar inerte
ou cambalear assim como o meu coração.
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