Mordi os lábios naquele dia porque não sabia
direito se eu me ofendia com o que me foi sugerido, se achava graça, se
considerava simplesmente ridícula a assertiva, se ignorava o sem noção ou ainda
se saia correndo. Decidi que o melhor seria dar uma parada, mordendo a mim
mesma para que pudesse sair assim a melhor resposta para o descalabro ora em
frente e do qual eu não podia me furtar. A situação merecia uma resposta que
fosse pensada com todos os detalhes durante umas vinte e quatro horas – pelo
menos – com todas as alternativas ensaiadas frente ao espelho, porque se isso
pudesse ter sido feito, com certeza o retorno que eu poderia dar, seria a
perfeição em resposta.
Mas, naquela hora, o requinte não se apresentou
a mim e consegui apenas um lance momentâneo onde consegui colocar a certeza de
uma posição gelada como o tempo, distante como os sonhos e com viés certeiro
para a nulidade do proposto. Melhor que enjambrar discursos a respeito é cravar
o fim da ilusão. Imponente a pauta saiu do ar, mas não de mim, e, assim me
arrastei até um lugar seguro para então olhar em perspectiva, talvez ignorar,
talvez me ofender, talvez me irritar, talvez não me importar. Tudo podia.
E veio do fundo do meu coração o melhor de
tudo. Deixar o assunto flutuar como se houvesse um fantasma rondando o passeio,
como se de repente não houvesse mais luz naquele dia com mil brilhos, como se
do nada tudo o que unia tomasse chá de sumiço, o que parecia ser mostrou-se
falso, o colorido exuberante se esvaiu do entorno, o sol se escondeu com
vergonha, o próximo ficou distante e o abismo se meteu ali com muita
propriedade sabendo eu, assim de cara, que o pior sempre esta por vir se fores crédula.
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