Fazia já um tempinho que a maratona do desfaz
tinha chegado ao término, porém, sempre parecia haver algum fio enleado, não se
sabendo bem onde iniciava e muito menos onde terminava ou se havia alguma
pretensão de se enroscar novamente. A espreita dos mesmos se faz com certa aura
de mistério e sobriedade porque não é muito bom se arvorar de tanto riso quando
não se tem certeza que as cangas foram desfeitas e remanejadas para outra conveniência.
Os atadouros desejáveis tiveram de ser
descarnados do seu propósito de nascença para poder então receber outra roupagem,
mais ajustada aos novos conformes, que atendesse aos anseios que não encontraram
voz anteriormente e que, quase sempre, por não estarem de acordo, acabavam
displicentes e apáticos no fundo de alguma gaveta. Eles poderiam estar por ali
em forma de retratos, de pétalas secas, de folhas de livros amareladas pelo
tempo e arrancadas da brochura desviando assim todo o assunto e deixando bem
confuso o enredo. Tudo o que era desejável estava imerso em uma aura de descaso,
num passadouro volante com seu clamor silenciado.
Neste intermédio foram se achegando alguns
cordéis que apesar de não serem ambicionados se punham por ali querendo impor
um ou mais fatos, mas logo perderam força por não terem em seu destino o motivo
certo para se firmar. Na contrapartida do desnecessário, múltiplos jugos se
misturavam aos anteriores deixando assim a rotina agitada por conta do súbito
que adere a tudo o que anda solto, parecendo tudo reunir, mas não há muito que
se ter a certeza, justo por pertencerem ao caí aqui por acaso.
O mistério continua a desafiar quem quer ver
os enredos desfeitos, as histórias recontadas e a parafernália dos anseios
saírem daquele lugar a que foram relegados sem nem ao menos terem sido
envelopados com alguma insígnia honrosa. A realidade se descortina mostrando
com clareza os laços que se deseja, os laços repentinos, os laços que não se
concluem, os laços indesejados e os laços negados.
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